30 de novembro de 2010

Nevermind

Eu só sei ser subjetiva
Objetivamente subjetiva.
Eu não sei falar de amor, sem olhar pra dentro e sentir algo estranho, eu não sei o que é amor para outras pessoas, porque nunca me disseram qual é exatamente a sensação que se tem quando se ama. Também não sei reconhecer amor, ou ele não me reconhece.
As pessoas conseguem ensinar da pior forma que nada faz sentido, porque fazendo sentido ou não, não interessa para alguém que não está interessado e isso não fazia muito sentido. E eu não sei porque resolvi escrever isso, talvez porque esteja morta de sono, mas não consigo dormir de tanto que penso no que dói mais, a minha dor física ( de tanto tempo sentada ) ou outra que vem de dentro, mas é vazia.
A minha mania de me afundar, realmente me afunda. Fico cada dia mais proibida de ter saúde mental, eu fico enjoada das minhas idas e vindas, porque esse negócio de '' uma hora vai passar '' já me encheu.
Queria que por uma hora o mundo não tivesse ninguém, nem mesmo eu,  que todos estivessem em qualquer lugar, longe de mim, eu queria só por uma hora.
Eu conheci alguém, faz uns três anos atrás e eu nunca me decidi se isso era bom ou ruim. Muitas coisas não são certas, mas desta vez poderia ser, certa, e não tão torta e desajeitada. Eu espero a minha raiva passar, sempre quieta, também não sei diretamente dizer quando algo me irrita, porque tenho medo de irritar coisas, ou pessoas mais certamente falando, que talvez não mereçam nada assim, ou merecem e eu não passo de uma idiota. Mas isso tem me deixado paranóica, não durmo direito, não como direito, não por causa das coisas que me irritam, mas .. anh .. só que ao juntar tudo em uma pessoa só (no caso eu)  não se dá um bom resultado. Eu não sou um sistema em equilibrio, agora eu tô pior do que qualquer equação fudida de química que precise de um balanceamento. Ninguém se importa com problemas alheios, mas eu não tenho aonde descontar. Tudo o que eu precisava agora era de um sedativo, ou qualquer droga bem forte, que me fizesse dormir e não sonhar, sonhar já me causa agora algum sentimento que parece muito com tristeza, raiva e uma vontade incontrolável de vomitar, sonhar me dá uma falsa sensação de amor e futuro, não dá certo. Eu não tenho nenhum dos dois.
Sacomé.
Como sou altamente impulsiva, vou ler isso amanhã e me perguntar '' porque publicar uma coisa tão desconcertante ? ''

28 de novembro de 2010

Não bebo não, só escuto música

Bêbados que não sabem o que dizer, dizem qualquer coisa para aparecer.
Estava escrevendo qualquer porcaria no computador, quando me chamaram para descer e conversar, cheguei em baixo e mal demorou 5 minutos, a companhia que faltava chegou.
Meu amigo é veadinho, foi o bêbado que classificou, meu outro amigo é escroto, porque foi o bêbado que falou, e eu sou um menino embaçado pra quem não enxerga, ébrio até o talo.
Bauhaus é uma boa banda gótica, que o senhor embriagado idolatra, porque tem Peter Murphy como vocalista e por vezes tecladista, mas meu amigo veadinho ainda tem que cortar o cabelo para ser macho, ou um porre que se diz Dark.
Homem que é homem tem que ser duro, escroto e que não beba, discurso de um cara tonto, porque homens são contraditórios.
Ele vai gritando '' Peteer Murphyy !!!! '' '' Peter Murphyy!!! ''
 e meu amigo diz '' só não bati nele porque não vi se tinha uma arma. ''
Resolvi subir, salvar no rascunho o que escrevia, para dar espaço para isso aqui, um textículo de um homem que sabiamente e cambaleante diz:
                                                "não bebo não,só escuto música"

Eu acredito, irmão.

25 de novembro de 2010

Para Morpheus

Tem noites que eu não consigo dormir bem. Não é o que aconteceu essas semanas que passaram.
Quer dizer, é e não é. Tive muita coisa pra fazer por esses dias, e dormir sempre foi complicado, porque acordo muito no meio da noite ( muitas vezes acordo falando ). Sinto falta do meu namorado na minha cama, não que alguma vez ele estivesse lá, nossa relação... é a nossa relação, mas quero dizer que se ele dormisse ao meu lado, eu não me importaria nem um pouco. Enfim, mas essas noites tenho dormido bem, comparando com as várias atrás. Mas meus sonhos são bizarros, sempre me acordam no susto, como na tarde em que dormi e sonhei que meu namorado me empurrava para uma caldeira de cores meio psicodélicas ( quando dormi, estava escutando Creedence, não sei se isso conta ), e várias vezes sonho que algo muito, muito, muito impossível acontece. São sonhos e é exatamente para isso que servem, serem bizarros, sim ?
Teve uma vez que dormi tarde, e sonhei com coisas que não sabia que poderiam existir. Estava em um ônibus, indo para um lugar e sentei em qualquer cadeira vazia. As pessoas agiam como agem sempre, e a tarde estava se desfazendo. Havia uma senhora negra sentada no meio, não no meio do ônibus, mas nas cadeiras do meio. Ela vestia trajes de estampa africana, com cores amarelas e verdes, tranças no cabelo, seu corpo era grande, bastante grande e ela segurava firmemente um vaso preto e branco ( ou colorido, não lembro ). Mais na frente estava um rapaz, igualmente negro, bem magro e não lembro o que vestia, mas também segurava um vaso. No decorrer que íamos avançando o caminho, as luzes do ônibus falhavam, e as cadeiras balançavam levemente. O rapaz do meu lado, sentado para o corredor, era ruivo, simpático e de rosto conhecido. Começou uma cantoria, algo que vinha de dentro e saía pela garganta, havia sentimentos naquela melodia, algo assustadoramente forte, que aumentava, aumentava e aumentava, fazendo com que a mão do passageiro ao meu lado segurasse a minha mão muito forte. Era um canto que as vezes tinha palavras e a vezes não, olhei para trás e vi que eram a senhora negra e o garoto negro que puxavam a cantoria, era algo como canções africanas, caribenhas ou do sul dos EUA. As luzes apagavam e acendiam e a senhora levantou, começou a falar coisas, pronunciava cada letra com sonoridade, gritava dentro do veículo, xingava, e aquilo fazia minha mão ser mais apertada.
Parou.
Quando silenciou tudo, todos agiam normalmente, como se não tivesse ocorrido nada. Mas o rapaz que segurava minha mão, ainda não tinha soltado. Desci na parada que tinha que descer, e o rapaz desceu comigo, não me largava. Eu achava tudo o que ele fazia muito normal. A rua estava estranha, com um ar diferente. As pessoas andavam mais depressa e as cores pareciam mais escuras. Foi quando comecei a ver máscaras, máscaras coloridas e sorridentes. Iam se multiplicando, todas pareciam muito com a senhora e o jovem negro que estavam dentro do ônibus, tudo parecia estar acontecendo novamente, só que em proporções maiores. Corri mais depressa que pude, segurando a mão do rapaz, ele corria no mesmo ritmo que o meu, não nos soltávamos.
Acordei. Parecia tudo desconexo, porque parecia inacabado. Estava inacabado.
Fiquei pensando se isso era só o resultado de dormir tarde com a cabeça cheia, ou se significava algo, não por acreditar que sonhos signifiquem algo místicamente inexplicável, mas por ficar com ele na cabeça por mais tempo do que queria.
Foi só mais um dos muitos sonhos que eu tenho todas as noites, nada importante.

Vinho velho, a cortesia

Adoro sentir teu aroma de incenso queimando ao entardecer.
A luz se vai, e no canto escuro uma vela se faz presente... Iluminando tarot, pronto para ser lido.
Me sinto tonta, isso é normal. Inalo cada vez mais forte o cheiro da tua essência,
que se propaga por dentro de um quarto velho, onde a luz do luar não bate.
Acho que sinto um pouco de medo, afinal, o vinho velho é a cortesia.

Para a minha irmã, B.

24 de novembro de 2010

Albinismo do sano

Há algo errado quando você não sente que sente que tem algo errado com você.
Não é o meu caso.
Todos os dias, tinha um poste que ficava parado ( como todo poste que existe ) no lugar onde eu pegava ônibus. Começamos a conversar. Sim, postes não falam, nem pensam, nem nada, mas a gente se falava. Quando passavam, as pessoas ficavam olhando o fato de que eu ria muito e olhava para ele ( o poste ), e falava mais e mais. Eu não percebia percebendo que elas comentavam ( talvez com razão ), porque era bom conversar com ele. Não gosto muito de pessoas, elas sempre me parecem chatas, falsas e sem-graça ( salvo poucas ), então, esse poste parecia a concretização de tudo o que eu queria há algum tempo.
Ele era legal, não respondia, mas eu sentia que entendia tudo o que eu filosofava, e de uma maneira que não sei como, ele dava a entender que entendia. Mas era um poste, um poste! Qual utilidade tem um poste ? Não é conversar com qualquer maluca que para e começa a falar.
Foi então que as outras coisas começaram a ser meus alvos. Comecei a conversar com tudo quanto era objeto, sem perceber, começava do nada a falar e não me calava até uma parada natural ou por algum outro motivo.
Friedrich, o poste, ainda era o mais especial de todos os seres inanimados que eu fazia amizade.
Me pergunto se tem algo de errado comigo, porque vejo tanta graça em conversar com tudo que não é vivo, porque de uns meses até aqui, as coisas se tornaram vivas pra mim.
Enfim.

9 de novembro de 2010

eu vejo uma criança,

e ela toma sorvete, melando a cara com o que derrete dele. É um sorvete verde com sabor de menta, que a faz ter vontade de soprar o ar gelado de dentro da boca.







Fim.

7 de novembro de 2010

Poesia vadia vazia

Bob Dylan não cala a boca
mesmo que eu tire o fone
ele vai ficar gritando
no meu cérebro vazio
e vadio
I want you
porque é isso, e somente isso
que eu consigo pensar, mas
não colocar
pra fora.

Eu não sei falar, 
aquelas coisas das quais eu mais preciso mostrar
Por isso eu fico entre as paredes da minha cama
fazendo o que eu sei 
fazer
o que melhor sei
fazer, que não é escrever.
Somente esconder.


2 de novembro de 2010

Inventa um título

Eu paro os dedos nas teclas
esperando a inspiração vir,
mas ela,
ela nunca chega, ou vai me ouvir.
A noite está quente, quente como cada picada
que os mosquitos dão na minha pele
Eu faço força para dormir, meus olhos pesam
só que cada gole do maldito café
faz efeito agora.

Eu não tenho tanta vivência e sou estudante,
aguento todo dia uma sala de aula, um inferno de Dante
pessoas banais, que me fazem não entender o que naturalmente eu já não entenderia
Conto os minutos, talvez os segundos para sair dali
e chegar aqui,

Amanhã é outro dia, não posso me atrasar
é mais um dia, só tenho que levantar
andar, me obrigar
Eles lêem Crepúsculo enquanto eu tento me entreter
com quadrinhos adultos,
mas não é isso que me torna melhor
ou possivelmente, pior.

Vamos eu e Donnie Darko dormir, boa noite, obrigado por ouvir.