19 de março de 2010

O espelho da sala, pendurado na parede, não reflete quem realmente ele é.
Por trás de negros olhos de ilusão, a falta de algo se fazia presente e infeliz. Dor imensa e irremediável, um poço escuro e sem fim.
A noite chega, e com ela ...
  E com ela mortas lembranças.
Uma cama de casal com espaço vago que mais parece um buraco negro. São lençóis listrados verdes que cobrem o corpo de quem tem a alma ferida, e ao lado, um travesseiro com perfume feminino sempre esfregado na superfície, para que não seja tal solidão tão solitária.
Seus sonhos são uma explícita fuga, ele reza para que velhas memórias não voltem para assombrar um alguém que se obriga a viver.
E no escuro, os gritos e sussurros abafados pelas paredes só querem dizer uma única coisa...
              '' Volta, volta e não me deixa jamais! ''
São simples e tão difíceis os desejos e pedidos de uma voz que pegou costume no silêncio
                                  '' Só volta de onde 
                                         a eternidade te trancou, grita
                                    por mim que atrás de ti
                             eu sempre irei!
                                      Volta para mim, meu
                             Amor sem fim! ''
Quando a claridade do dia rouba as incertezas da noite, as esperanças de algo não identificado tentam nadar contra uma correnteza de dor que ganha força a cada anoitecer.   

13 de março de 2010

Quando chega a noite, e me abandonam sozinha com meus pensamentos, acho que é a parte mais perigosa do meu dia.
Eu sinto uma solidão profunda, que me parece incurável, sinto como se fosse embora, não fisicamente ou psicologicamente, sei lá, como uma vela que queima por toda a madrugada.
Quando ando pela rua, e sinto pessoas por perto, tento não pensar no que elas estão pensando, no que elas estão sentindo, no que viveram e ainda vão viver, tento não fantasiar sobre nada disso, caso contrário, acho que a loucura vai conseguir me levar de vez. Isso tudo seria uma solidão tão profunda assim ?
           Não gosto disso, nem um pouco.
Mas agora eu não tenho do que reclamar, talvez nem devesse reclamar em hora nenhuma sobre solidão. As pessoas fazem opção, não ? Eu fiz uma, posso dizer que foi involuntária, mas fiz. Ser calada, reservada quase sempre me faz ser alguém, querendo ou não isolado de certas coisas, no fundo eu não faço questão do que consideram sociavelmente certo. Sou volúvel,  e quando tiver oportunidade de jogar contra os espelhos que sou sozinha, vou fazer isso sim, mas ... Nem tudo o que digo são profundas e definitivas verdades, depende do meu momento de sensatez.



12 de março de 2010

Mägo * - *

''... Seus olhos são poços de dor
Covis de pena e tristeza 
Represas de solidão estancada ... ''

- Mägo de Oz; Ciudad de los árboles 

7 de março de 2010

Ficou engraçado demais *-* 
aaaalan zombie *----*
Feito por mim.      

E mais uma vez ...

Título: Inside 
Medium: pintada a óleo sobre tela & Tecto 
Artista: Joseph Minton 
Ano: 1998 
Tamanho: 48 "x 48" 





Fiquei viciada em entrar a toda hora na galeria on line de Joseph Minton, adoro o simples fato de olhar para suas pinturas expressionistas e abstratas, elas são realmente muito bonitas e ele tem muito, muito, muito talento mesmo *-*
Eu as observo e tento não pensar que ele pintou intencionalmente para mim, haa, brincadeira, seria demais.  
Inside foi uma das telas que eu mais gostei, ( ainda há várias que me chamaram a atenção também ) é uma obra que fala de sentimentos, vários sentimentos, e entre os rostos a alma que está na frente tem uma das mãos prolongadas, levantada, como se pedisse ajuda. Isso é mais ou menos a descrição que o autor dá à ela. 
Eu vejo os rostos por volta e em cima da figura central, alguns escondidos, outros de certa forma apagados, todos rostos de sentimentos fortes que passam alguma idéia que eu nem sei traduzir, é a minha forma de ver.
Eu literalmente me apaixonei por essa obra, fiquei louca por ela 
*-*   



Eu sou dependente.
Não dependente química, talvez fosse até melhor do que eu realmente sou dependente.
Eu sou dependente de pessoas. Não, quem me dera ser de pessoas, sou completamente dependente de uma pessoa só, uma alma só, algo que não sei por onde começou e de que forma há de terminar.
Não vou ser a primeira ou a última a ser completamente atrelada a outro alguém, quem não sabe o que é ter essa sensação, sortudo é. Ser consumido por dentro, por uma substância que químico nenhum tem conhecimento, quando se está longe de quem ama ( no meu caso eu não sei descrever o que é longe, a distância jamais foi ausente). Eu tenho a vida ligada à outro além de mim, sem poder de escolha ou anulação, eu me sinto carregada por uma mistura de sentimentos que me trazem a um estado crítico de Amor. Não sei, não quero e não consigo de forma alguma viver sem... Eu penso, o que seria da minha existência se ...  ? E me tranco para qualquer resposta. Fecho minha alma com cadeados eternos para que nada passe e leve tudo isso, toda essa leveza pesada que habita dentro de mim. Isso soa até meio doentio, ou não, tanto faz.
Quem sabe um dia eu me arrependo de tudo o que eu acho sobre isso, mas enquanto esse dia não chega, eu vou continuar enfiando na minha cabeça que Amar é isso e um pouco mais, um pouco de coisas boas que sempre serão lembradas, e que eu faço parte dessa reação em cadeia.


Sempre, Alan * - *

5 de março de 2010

E sinto como se o chão se fosse, me deixando parada, sem cair. Sinto todos os dias a morte me levando, me carregando para o nada, e volto incontáveis vezes. Sinto a agonia da projeção. Sinto o desespero do não saber, e o desespero do saber exatamente. 

Defina AMOR.  

4 de março de 2010

Do pouco que eu entendo ...


Drowning
Título: Drowning 
Medium: pintada a óleo sobre tela 
Artista: Joseph Minton 
Ano: 2007 
Tamanho: 16 "x20" 



" ''Drowning" é uma pintura sobre os sentimentos associados com a  falta de controle e desesperança. ''




Há uma luz no fim do túnel, sempre há, tem de haver ... Caso contrário acho que o mundo seria tomado por uma onda contagiosa de suicídios em massa.
Eu sinto falta de ter controle sobre as coisas ao meu redor, na verdade, sinto falta de pensar que tenho esse controle, apesar de saber que eu não tenho ( e ninguém tem ) pensar que tem é uma boa alternativa para não me preocupar em perde-lo assim tão fácil.
Adoro lembrar da minha infância, ela realmente foi boa, mas quando lembro de certos episódios, me assusto. Mas isso não vem ao caso. Quando lembro da ''mini-eu'', lembro de alguém inseguro e que evitava falar com certas ( muitas) pessoas, minha mãe sempre lembra que eu era quietinha, até hoje não deixei de ser assim, pouca coisa mudou... Só que naquela época eu pensava ter controle de tudo aquilo que parecia simples para mim. Pensava ter um super controle da minha vida, quando na verdade eram meus pais que escolhiam o certo e o errado para mim, pensava ter controle dos estudos que sempre me pareceram fáceis ( o que mudou hoje ), pensava ter controle do mundo, como se tudo fosse pequeno o suficiente para caber na palma da minha mão infantil. Chega até ser bonitinho, não ? Chega até não, é bonitinho sim. Lembro também que achava um idiota quem era adulto e dizia que gostaria muito de voltar a ser criança, ora, eu criança doida pra ser adulta ( como outra qualquer ) e um adulto já formado querendo ser criança ?! Eu me olho hoje e penso '' como tu és idiota '', vejo que se fosse pequena e me olhasse, iria me chamar de idiota também.
Já passei por momentos difíceis, talvez não tanto que se possa ter realmente uma pena de remorso, momentos em que a insanidade por pouco não me leva, ou pode ser que esses momentos difíceis não passem de exagero meu, o que eu acho até engraçado. Sempre houve uma luz bem no finalzinho do túnel, eu espero que ela sempre esteja ali para quando novamente todas as tormentas se juntarem e provocarem uma inundação dentro do meu ser, mas isso eu acho pouco provável que aconteça, eu espero sinceramente que não.